Piada com bacon não tem mais vez. A era do veganismo chegou sacudindo estruturas
As gôndolas dos supermercados mudaram. De uma hora para outra, até o mercadinho do bairro tem mais de duas opções de leite vegetal. As redes maiores ganharam um refrigerador exclusivo para produtos veganos e, nos corredores dos “saudáveis”, o que mais encontramos são opções isentas de ingredientes de origem animal.
Antes, conseguíamos contar nos dedos as opções de hambúrguer vegetariano disponíveis, sendo que a maioria se restringia à soja. Hoje, a indústria conseguiu imitar a cor, textura e até o sabor da carne, sem que nenhum animal precisasse sofrer no processo de produção. Hoje, você encontra os produtos da D+ em diferentes bairros de São Paulo.
É a revolução. Ela chegou. E, aos pouquinhos, vai transformando hábitos e uma cultura baseada em exploração animal.
Veganos não são mais os “estranhos”
Estranho é pessoa que ainda afirma “eu não ligo se meu bacon é um bicho morto”. Estranho é aquele que continua fechando os olhos para a opressão e injustiça. O veganismo deixou de ser motivo de piada para ser motivo de reflexão. Passou a incomodar, a cutucar feridas e abrir mentes.
Afinal, todo comportamento que vai contra um sistema enraizado na sociedade causa revolta e estranhamento. Pensa só em outras lutas sociais, como o feminismo. Em pleno 2020, parece ilógico pensar que as mulheres não podem votar. Mas em 1910 o lógico era, justamente, o contrário. Para mudar essa realidade, houve muito debate, muita luta, muita insistência.
Passos lentos e constantes
O mesmo com o veganismo. Nos anos 2000, o veganismo parecia impossível. Linguiça de proteína de ervilha? Seitan? Tofu? Oi?
Vinte anos depois, a realidade é outra. As pessoas estão mais abertas ao diálogo, estão dispostas a diminuírem o consumo de carne. As pessoas entendem as reivindicações do veganismo. Em sua maioria, sabem que comer carne não é algo necessário.
A indústria perde voz
E, nesse cenário, os animais ganham. Em uma era onde qualquer pessoa pode pesquisar no Google fontes de proteína vegetal, o discurso de que a carne é a melhor fonte não cola mais. Em tempos onde problemas como intolerância à lactose aumentam e o estudo da nutrição ganha força, afirmar que quem não toma leite vai ter osteoporose é ilusão.
O que a indústria da carne, ovos e laticínios fala não é mais lei. Mesmo com apoio do governo, as pessoas, cada vez mais, aprendem a questionar, duvidar e, enfim, ignorar.
Sempre em frente
Não podemos afirmar que chegamos lá. Que nossos objetivos foram atingidos. Muitos animais ainda sofrem e perdem suas vidas em prol do egoísmo humano. Ainda há muito para mudar, muito pelo que lutar. Mas, com certeza, estamos no caminho certo.
E, você, vai se juntar a nós nesta revolução?